“A primeira impressão é a que fica.” Com certeza você já deve
ter ouvido, dito e concordado com esta frase não é mesmo? Vamos
concordar, a primeira impressão que temos de alguém tem um grande
peso sobre nossa opinião sobre quem ela é, não é mesmo?
Felizmente nem sempre isso é verdade. Isso porque, podemos estar
enganados e principalmente que cada um de nós é muito maior e mais
amplo do que um primeiro conceito pode abarcar.
Quando eu era adolescente, lá pelos 13 anos, eu adorava jogar vôlei
na rua com a minha vizinha de frente e as meninas da mesma rua. Eu
não jogava nada bem, mas era divertido. Houve um dia que apareceu
uma menina chamada Queila, amiga dessa minha vizinha pro jogo. Não
sei porque, mas achei a tal Queila super chata, metida, voz
irritante. Credo! Tanto que desgostei da menina, que quando eu via
que a bicicleta da chata estava estacionada na casa da vizinha, eu
dava meia volta e ficava em casa. Coisa infantil, claro. E foi assim
até que mudei de colégio. Primeiro dia de aula: os amigos se
encontrando, os colegas se confraternizando e eu ali, sozinha, no
meio de um monte de adolescentes que nunca tinha visto na vida! A
situação que pra mim, tímida, começava a ficar insuportável.
E
eis que vejo … sim... .... Ai meu Deus!!!
A Queila!!!
Ela ia estudar na mesma turma...
No auge do meu desconforto, resolvi conversar com ela com um “oi”
tímido. Ela foi super simpática, me apresentou algumas pessoas e
como toda boa anfitriã, me mostrou o colégio todo. Resumindo a
história, nos tornamos grandes amigas, confidentes, fui madrinha do
seu casamento e a amizade permanece já há 18 anos.
Como pode aquela insuportável se tornar tão grande amiga?
Minha
teoria é que talvez eu fosse tão insuportável quanto ela.
Costumamos projetar nos outros, as características que odiamos em
nós. É mais fácil ver os defeitos dos outros do que os nossos.
Enfim... naquela situação do colégio, acabei decidindo abrir mão
da minha primeira impressão e conhecer um pouco mais. Tive a
segunda, terceira, a décima impressão. E ainda tenho várias novas.
Sempre a gente conhece um pouco mais dos outros quando nos permitimos
abrir mão dos nossos “PRÉ Conceitos”, quando decidimos conhecer
um pouco mais, ir além do primeiro julgamento. Sempre vale a pena ir
um pouco mais fundo. A gente pode se decepcionar, mas também nos
surpreender. Podemos enxergar coisas novas, experimentar o que vai
além da aparência inicial.
Ir além do conhecimento superficial vale a pena. Não só com as
pessoas, mas com novas comidas, novos sabores, novas experiências,
novas ideias, novas músicas, filmes diferentes, filosofias
diferentes. Conhecer, não ocupa espaço. Ao contrário, amplia
horizontes. Você pode ir um pouco além e não gostar. Mas você vai
ter propriedade, razão na sua escolha. Melhor do que dizer: “Não
comi e não gostei”.
Muito bacana o texto! Muitas vezes nós criamos os monstros nas nossas pequenas cabeças, não é?
ResponderExcluirCoincidência que acabei de publicar algo sobre a primeira impressão...
Abração