sábado, 21 de abril de 2012

Onde vamos parar??


Onde vamos parar? Ou melhor, a que ponto já chegamos?
Outro dia me surpreendi ao ler no jornal de que um diretor de escola fora agredido por alguns alunos. Depois me deparo com a notícia de pessoas que induziram um rapaz a beber até passar mal e morrer. Adolescentes que botam fogo em mendigos. Onde está o senso de respeito à dignidade das pessoas? Que outras atrocidades nossa sociedade vai continuar permitindo que aconteça?
Professores já não são respeitados, nem como quem tem a responsabilidade de transmitir o saber e muito menos como autoridade em sala de aula. Pessoas com algum tipo de deficiência ou em classe socioeconômica mais pobre são vistas como inferiores, ou menos dignas de respeito.
Quais são os valores que estamos passando para nossas crianças? Quando julgamos alguém por sua aparência, ou quando achamos que o dinheiro pode comprar qualquer coisa, até uma vaga na faculdade sem o devido esforço para conquistá-la? Pessoas que não respeitam o horário de um compromisso, uma fila no supermercado ou a dificuldade de idoso.
De onde se tira a ideia que maior grau de instrução, maior quantidade de bens ou dinheiro, aumenta o valor de uma pessoa? Valoriza-se o rico, despreza-se o pobre. Minimiza-se a dignidade das pessoas, em especial o diferente.
O filho apronta na escola, desrespeita o professor. O papai/mamãe vai lá defender o filhinho e ainda dizer que a escola está errada. Uma mentirinha é melhor ser dita do que falar a verdade e lidar com um problema. É mais fácil colocar a culpa nos outros, no governo, no sistema, no professor, no filho, na babá, na vizinha, na falta de tempo, etc., etc., do que assumir a responsabilidade sobre os próprios atos. É mais fácil colocar a sujeira por debaixo do tapete. É mais fácil dar presente para compensar a ausência, do que dedicar tempo para ensinar os filhos o que é certo e errado.
Infelizmente hoje os valores se invertem: as coisas assumiram a prioridade em relação às pessoas. O interesse próprio é superior ao interesse da comunidade. Valores como respeito aos outros, generosidade, honestidade, estão se perdendo. O resultado? Está aí, nas tristes manchetes dos jornais... Qual é sua contribuição para mudar isso?
Você vai me dizer: “é dificil mudar uma sociedade”. Sim, é difícil. Mas há uma atitude que está ao seu alcance: o BOM EXEMPLO. “Seja você a mudança que quer no mundo”.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Desconecte-se




Outro dia vi uma matéria na internet que dizia que os usuários dos smartphones (aqueles celulares com conexão com internet e redes sociais) estão mais estressados do que a maioria das pessoas. Tal estresse deve-se à ansiedade das pessoas em ver a última atualização das redes sociais (twitter, facebook), checagem de e-mails e mensagens. É engraçado como isso pode ser viciante.
Outro dia vi uma cena bizarra, que tão comum, não chama mais a atenção de ninguém: num restaurante um casal de namorados termina a refeição e aguarda o cafezinho. A estranheza está no fato de ambos estarem tão entretidos com seus smartphones que acabaram ignorando completamente a presença do outro ao seu lado.
Tão comum que isso se tornou, que as pessoas nem percebem mais a “indelicadeza” que cometem ao ocupar mais a atenção com um aparelhinho eletrônico do que com a pessoa que está ao lado. Fico observando a dimensão que as relações virtuais e digitais estão tomando na vida das pessoas. Quem nunca se questionou a respeito da pessoa que comenta e curte suas publicações nas redes sociais, mas nunca pegou o tal aparelhinho de celular e ligou pra você? Aliás, questionamos as pessoas disso, mas nós mesmos acabamos fazendo o mesmo.
O que está acontecendo com as pessoas onde os relacionamentos “digitais” tomam espaço dos “presenciais”? Claro que a emoção e a proximidade das relações digitais são tão reais quando estar perto de alguém. Mas nada substitui o olhar, o abraço, o cheiro, o toque, a pele.
Creio que as redes sociais e os relacionamentos estabelecidos vem a acrescentar algo bom na vida das pessoas, se bem utilizados. É bom ter contato com pessoas que estão fisicamente distantes, encontrar pessoas que há anos não se vê e saber como elas estão. É bom saber o que elas pensam, e de alguma maneira concordar ou discordar delas.
Tudo isso é muito bom. A questão é quando estas relações virtuais ocupam mais espaço na nossa vida do que as pessoas que estão realmente perto de nós. Há um vídeo tocante no youtube sobre isso “Desconecte-se para se conectar”, mostrando claramente como as pessoas “desaparecem” quando nos conectamos aos “aparelhinhos”. Ao invés de aproximar as pessoas, parece que está afastando cada vez mais uns dos outros.
O único recadinho da semana é... dê prioridade a quem está ao seu lado. Quem está do outro lado da tela, espera, olha depois... o recado fica salvo, não se preocupe. Mas o tempo que você deixa de aproveitar com a pessoa que está presente com você não volta. E só é “salvo” quando bem aproveitado... do contrário, os segundos, a existência, vai pra lixeira. No filme “Nosso Lar” há uma frase que instiga a reflexão sobre isso: “Quantos anos são necessários para reconstruir um instante?” Espero não precisar desejar querer reconstruir qualquer instante... quero todos os meus bem vividos...
http://www.youtube.com/watch?v=SGhYBOk_Pxc