Continuando com a nossa reflexão sobre a atitude do nosso cãozinho Bethoven, encontramos um outro ponto a analisar:
Temos a tendência de projetar nos outros aquilo que temos em nós mesmos e não aceitamos em nós.
Bethovem fez isso: começou a rosnar e brigar com o osso como se fosse culpa dele, a dor que ele sentia. Na sua lógica, o problema não estava com ele, mas sim “o osso que era duro demais”!!
Quando olhamos para a atitude do Bethoven, isso parece ilógico. Mas na realidade fazemos isso o tempo todo:
Quantas vezes não surgiu aquela grande oportunidade de emprego, a pessoa “perfeita”, a viagem tão sonhada e deixamos tudo isso passar? Quem já não abandonou um sonho, uma oportunidade, porque não conhecia sua limitação e e ficou com medo abraçar? E arranjamos justificativas como: “Foi fulano que atrapalhou”; “Não era pra ser mesmo”; “Não consegui por que tem gente com olho gordo”, “Meu chefe que é ignorante”… etc..
E quantas vezes implicamos com algumas pessoas que não fizeram nada para nós? O tal do “meu santo não bate com o dele”, na verdade nada mais é do que a projeção de nossas dificuldades nos outros. E assim, revela muito mais de nós do que da outra pessoa.
Isso sempre acontece de modo inconsciente. Projetamos nos outros nossas limitações, assim como uma imagem é projetada uma tela de cinema. Isso é automático, pois, é muito dolorido ver nossas próprias dificuldades. Por isso, projetamos nas outras pessoas nossas chatices, intolerância, defeitos, limitações etc. Porque quando o defeito está no outro, o problema é dele, e não nosso! Simples! Mágico! Mas ineficaz!
Se analisarmos com cuidado, tudo o que odiamos nos outros existe em nós mesmos (mas não aceitamos ou até mesmo ignoramos… mas está lá).
Por outro lado, em qualidades positivas, o mesmo acontece: normalmente aquilo de vemos de positivo nas outras pessoas, até como uma espécie de inveja ("invejinha branca", como dizem), também há em nós, mas é algo que por vezes ignoramos, ou temos medo de acessar.
Um passo para o auto-conhecimento é analisar nossas projeções nos outros, tanto positivas ou negativas. Quando conhecemos as dificuldades e potencialidades que há em nós, há muita coisa que podemos fazer para melhorar. Quando está no outro, não há nada o que fazer. Mas quando reconhecemos em nós, podemos melhorar e crescer.
Não havia problema algum com o osso. O problema estava no Bethovem!
E você ? Sabe onde precisa melhorar? Observe suas projeções!
Bethoven Posando de novo para o Blog: Quer saber a história toda? Acesse a publicação de 10/02/2015! |