quarta-feira, 28 de março de 2012

Viver Sem Limites




Outro dia, conversando com algumas pessoas sobre o abuso do álcool uma pessoa comentou: “Tem gente que segue a propaganda da TIM: Viver sem limites”. Na verdade o slogan da TIM é “Viver sem fronteiras”, o que é bem diferente de viver sem limites. Mas há quem acredite que viver bem é viver sem limites.

O que é viver sem limites? Viver em plena liberdade? Ás vezes as pessoas tem a sensação de que ter liberdade é não ter limites para nada. Sem limites para se divertir, para festar, para beber, para o que der na cabeça. Enfim as pessoas desejam muito não ter limites para o que é bom.

E desejar isso, na verdade não é ruim. O problema é que a vida tem limites, nossa saúde, nossa conta bancária e as pessoas com as quais convivemos também. Nós todos temos limites. Viver com liberdade está muito mais ligado aos limites que imaginamos. Liberdade é quando sabemos até onde podemos ir com nossas atitudes, decisões. Quando sabemos calcular as consequências de nossos atos e escolher o que é melhor.

Os limites devem estar nas atitudes, pensando nos possíveis resultados do que fazemos ou do que não fazemos. Algo pode parecer bom, mas mesmo o que é bom, se exagerarmos, faz mal. Por exemplo? Exercícios físicos, são ótimos para a saúde, não é mesmo? Mas se não respeitarmos os limites do nosso corpo, se extrapolarmos sua capacidade de se adaptar o que acontece? Temos lesões, dores, etc. Tomar água é bom. Mas em exagero, também prejudica nosso corpo. Trabalhar? Trabalhar é muito bom, mas se ocuparmos todo nosso tempo somente com o trabalho, por mais que seja bom, acaba nos prejudicando, seja na saúde ou relacionamentos.

Amar também é bom. Aliás, é ótimo. Mas quando este amor extrapola a individualidade do ser amado, ou quando ama-se tanto algo que esquecemos de nós mesmos, acaba sendo ruim e levando a um relacionamento doentio.

O que quero dizer com tudo isso é que, viver sem limites não é viver a vida de maneira inconsequente. Viver sem limites é saber usar da liberdade que se tem de escolher o que é melhor para si. É identificar e se desprender das correntes (seja ideias, dogmas, crenças) que nos impedem de ser feliz. Viver sem limites é dar asas aos sonhos e olhar para a realidade com o planejamento e ações para fazê-los acontecer. Viver sem limites é olhar para si e gostar do que vê. É construir pontes, laços, se deslumbrar com a vida e olhar para o melhor que ela tem a nos oferecer. E aceitar e enfrentar as dificuldades que ela impõe. 

Viver sem limites é saber que a vida tem limites.

quarta-feira, 21 de março de 2012

A Mulher de Hoje



Quem é a mulher de hoje? Ultimamente tenho me perguntado isso.
A superação da mulher em várias áreas da vida está estampada hoje no rosto de todas. É muito interessante observarmos a mudança espantosamente rápida que ela teve na sociedade. Há não muito tempo o lugar da mulher era de dona de casa e de mãe.
Hoje vejo um incremento do espaço da mulher. São somo mais donas de casa e mães. Aliás, já não temos mais o direito de ser só isso: temos de ser boas administradoras da casa, boas mães, boas profissionais (de sucesso especialmente). Precisamos saber nos relacionar, devemos ser boas amantes, estar com o corpo em dia, cabelo lindo, unha perfeita e zero celulite. Temos de dar conta das compras e contas da casa, cuidar e educar os filhos (que devem sempre estar lindos, cheirosos e ir bem na escola) e com a festa de aniversário perfeita. Já foi-se o tempo em que festinha de aniversário de criança tinha meia dúzia de bexigas, um bolo, gelatina nos copinhos de café e mini cachorro quente.
Quantas responsabilidades! E ainda temos que dar conta de sermos pessoas cultas e informadas. Sem esquecer, é claro, de estar sempre sorrindo. E sabe o que é interessante? Damos conta de tudo. Fazemos tudo isso sem problema algum.
Ailás, isso não é novidade pra ninguém. Aliás, é orgulho de todas. Independência, autonomia, energia, superação! Brigamos por nosso espaço, defendemos nossos direitos e nos defendemos. Não precisamos de mais nada. Será?
Será que conquistamos tudo o que precisamos?
Nunca se consumiu tantos medicamentos para depressão e ansiedade. Nunca as pessoas estavam tão estressadas. Nunca os contatos sociais e a proximidade afetiva foram tão raros.
Por vezes é necessário dosar as coisas na nossa vida. Aprender a respeitar os limites do corpo, os limites da alma. Priorizar o que é mais importante. Avaliar o que é realmente necessário. Pedir ajuda. Compartilhar. Se permitir ser cuidada, ser frágil. Mesmo que saibamos que somos fortes. Mas é importante aprendermos a não só conquistar espaços e reconhecimento na sociedade, mas a sobreviver a tudo isso com saúde e plenitude de nós mesmas. Para isso é imprescindível conhecermos a nós mesmas, nossos sonhos, desejos e nossos limites.
Feliz Mês da Mulher!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Eu Adoro Minha Televisão II



Estamos na “temporada” dos reality shows na TV! E é impossível não falar sobre isso. É interessante como estes programas suscitam algumas discussões, como a recente suspeita de estupro no BBB 12. Tal ocorrido faz as pessoas comentarem e refletirem a respeito do abuso sexual, consumo de drogas, comportamento promíscuo e até mesmo da utilidade de se assistir tais programas.
Confesso que estava bem por fora de tudo isso e que precisei pesquisar um pouco para poder falar do assunto. Outro dia até consegui assistir 5 minutos do BB. Só 5 minutos? Sim! Não consegui assistir mais. Não consegui me interessar pela vida de pessoas que não fazem parte da minha vida, e que ficam discutindo banalidades, fofocas e maldades entre si. Qual é o proveito disso? Pra mim um circo de horrores, onde se legitima o interesse pela vida alheia, em detrimento à atenção à própria vida.
A banalidade é valorizada. A futilidade exibida em horário nobre. E fazemos o que? Sentamos e assistimos passivamente, deixando de usufruir de um tempo valioso com nossos amados.
Radical eu? Não sei. Mas me diga o que você aprendeu no ultimo BBB? Na “A Fazenda” ou programas parecidos que você assistiu? O que você tirou de proveitoso para sua vida no último episódio de “Mulheres Ricas”?. Se aprendeu algo legal para sua vida, por favor, me mande um e-mail. Estou muito interessada em saber (e quem sabe partilhar da ideia no próximo artigo...).
As vezes somos coniventes com o “estupro mental” dos programas de televisão. Permitimos e aceitamos ser usados como massa de manobra. Enquanto muitos se preocupam com quem vai sair no próximo “paredão”, a vida continua acontecendo. Nossos governantes discutem e aprovam leis que interferem diretamente na nossa vida. Vereadores e prefeitos fazem ou deixam de fazer coisas em nossa cidade. Pessoas precisam de nosso amor, de nossa atenção. Nossa vida continua.
E enquanto isso se faz o que?? Fica-se parado, estagnado, alheio a si mesmo e assistindo a vida alheia.
Ainda estou tentando ver se encontro algum proveito maior nisso do que cuidar e investir na própria vida. Porque enquanto assistimos à banalidades, somos violados do nosso precioso tempo. O estupro da inteligência, do tempo e do investimento naquilo que é mais precioso: nós mesmos, nossos relacionamentos... no nosso viver.