quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Marcas da Vida


Outro dia numa festa de aniversário, ouvi da anfitriã uma frase que achei muito profunda: “O aniversário é um momento de se olhar para o passado com gratidão e o para o futuro com fé.”
Que lindo ponto de vista!
Você lembra da sua infância, a empolgação que sempre vinha com o seu aniversário? Pelo menos para a maioria das pessoas, o aniversário sempre era esperado com muita ansiedade, especialmente por causa dos presentes. Mas além disso também havia um orgulho: “agora eu já tenho 8 anos!! ou “tenho 10 anos!!” E melhor ainda... “Fiz 18 anos!!”
Quanta coisa envolvida: a empolgação pelo crescimento, pelo fato de estar ampliando seu lugar e importância social, por estar conquistando e aprendendo tantas coisas. Que delícia é fazer aniversário quando criança, não é mesmo?
Mas porque muitos, quando adultos começam a se envergonhar da idade, ou querem que esta data passe em branco? Talvez a resposta para esta pergunta seja algo muito pessoal, mas vale a pena algumas reflexões.
Vivemos numa cultura em que o “novo” é valorizado e o que é antigo é sobrepujado pela novidade. Os idosos por exemplo, há alguns anos eram valorizados e respeitados, como exemplo de conhecimento e sabedoria. Hoje? Hoje somos tão atropelados pelas inovações tecnológicas, pela enxurrada de informações, que fica difícil acompanhar tudo. Dificuldade especial que muitos que não cresceram com este ritmo frenético de novidades, tem dificuldades de acompanhar. Ou seja, ficam “por fora” das coisas.
Outra fator em nossa cultura, é que a juventude é considerada bonita e as marcas do tempo no rosto devem ser disfarçadas, escondidas, eliminadas. Mas marcas de expressão do rosto não devem ser vistas como algo negativo, mas sim como sinais de uma vida que foi vivida. Podem ser marcas positivas ou negativas. Êxitos, fracassos, acertos, erros, investimentos, lucros, perdas, aprendizados... Tudo que vivemos marca no coração e na pele.
Que marcas da vida você tem? Você consegue olhar para trás com gratidão? Com orgulho? E para o futuro, o que você sonha?
Aniversário é um momento para fazer um “Raio X” da vida, do que foi realizado e o que se tem a realizar. Dos acertos, erros e aprendizados. De utilizar todas as experiencias do passado em benefício dos sonhos do futuro. Mas não precisamos fazer isso só no aniversário: pode ser no início do ano, do mês, da semana. Agradecer o que passou (seja bom ou ruim) e ajustar os desejos e ações do futuro. E agradeça sempre, as marcas que ficam, pois é sinal de uma vida que foi realmente vivida.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

E Viva o Carnaval!!!


Tem muita gente comentando e lamentando não ter o tradicional Baile de Carnaval aqui em Goioerê. Mas... o que é esta festa mesmo? Ah, dizem que é uma expressão da cultura popular, tipicamente brasileira, marcada pelo samba e marchinhas de carnaval. Um baile onde as pessoas se preparam, se produzem, se fantasiam e liberam suas fantasias e desejos. É... isso pode até ser legal. Vive-se a brincadeira, a descontração.
Mas será que é realmente isso o carnaval? Ou é uma festa onde justifica-se o alto consumo de álcool e drogas, onde a promiscuidade é permitida?
Receio que atualmente, o carnaval (e muitas outras festas) tenha se tornado uma mera desculpa para os abusos, para a banalidade. As pessoas vão para as concentrações do bloco muito mais para beber do que outra coisa. Maior parte já chegam bêbados aos bailes. Isso é cultura? Ou é a festa do exagero? Que diversão é essa que as pessoas precisam estar praticamente dopadas por substancias para poderem rir e se divertir? Pior ainda, é ver adolescentes participando das “orgias alcoólicas” com o consentimento dos pais.
Além da banalidade dos relacionamento onde as pessoas se dispõe como objeto sexual de outras, só porque é carnaval. Pesada a palavra? Mas será que não é isso mesmo? Você se coloca sexualmente à disposição de alguém, para um momento de prazer. Você usa o outro e é usado também. E as vezes nem lembra o nome do “parceiro”. Mas isso pode, porque é carnaval. A banalidade das relações, banalidade da diversão, banalidade da responsabilidade nas atitudes.
Aumenta-se o efetivo de policiais para garantir a segurança nas ruas. Aumento do número de acidentes de transito por causa das bebedeiras. Aumento do trabalho nos hospitais para atender estas vítimas, ou para socorrer aqueles que não conseguem respeitar os limites do corpo e exageram na “diversão” e bebida.
Sinceramente, não lamento o cancelamento do carnaval. Lamento sim, a falta de opções saudáveis de diversão. Lamento haverem pais que permitam que seus filhos experimentem uma cervejinha ou um copo de uísque antes dos 18 anos... só porque é carnaval. Lamento as pessoas só conseguirem se divertir com um copo na mão, e de preferência cheio. Lamento a visão limitada da maioria ao não enxergar formas diferentes de se divertir... Lamento a existência do carnaval. Não lamento a cultura, mas, a banalidade.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Se a escola é boa, por que minha mãe chora?


Está aí uma coisa que angustia muitos pais: deixar seus filhos pela primeira vez na vida, sozinhos, na escola. Se você conversar com qualquer professor de crianças, ele terá várias histórias para contar. Uma ansiedade de separação. Mas nem sempre essa ansiedade é sentida pela criança. Muitas vezes é sentida somente pelos pais. Medo de saber que o filho está longe da segurança de suas “asas”, de não ter mais o controle sobre o que acontece com ele. Culpa por “deixá-lo sozinho”. Preocupação se ele vai se adaptar, se não vai sentir falta dos pais e chorar...Pior é quando a criança, de tão animada com as novidades da escola que nem sente a tal separação. Que martírio!
Mas a escola não era para ser legal? Então porque minha mãe tá chorando?” - pensa a criança. Então ela desconfia que as coisas boas ditas a respeito da escola não são tão boas assim. Do contrário, porque sua mãe estaria chorando?? A criança então, sente-se insegura e chora também... aí fica o “chororô” entre pais e filhos, e os professores tendo que administrar tanta carga emocional.
Lembro do meu primeiro dia de aula. Cidade nova, escola nova. Não conhecia ninguém. Lembro do meu pai me levando pelo longo caminho entre o portão da escola e o pátio onde se reuniram os alunos em fila para a entrada nas salas de aula. A fila era em ordem crescente de tamanho, primeiro os menores e depois os maiores. Meu pai me apresentou para uma professora, se despediu e saiu. A professora pediu que eu fosse ao final da fila, já que estava em cima da hora da entrada dos alunos à sala. No final da fila, estava uma menina muito alta, enorme, na verdade. Duvidei que ela fosse da primeira série, e conclui que talvez eu tivesse na fila errada, que tivesse que estar entre criança menores. Não encontrei nenhuma fila de crianças meu tamanho (eu era bem pequena), e resultado: todas as crianças entraram nas salas e eu fiquei ali sozinha no pátio. O que eu fiz? No auge dos meus 6 anos recém completos, chorei até ser acudida por uma secretária que me encaminhou até a minha turma.
O que eu quero dizer com isso?
Que as crianças sabem se virar, de uma maneira ou outra. O que é importante é que a criança se sinta segura por algum adulto nesta situação nova (e quem sabe com situações inusitadas, como esta que passei). É importante que os pais consigam segurar a própria ansiedade de estar longe dos filhos, e lidar com a fantasia que eles são frágeis, indefesos. Se eles se sentirem seguros e souberem que podem recorrer a algum adulto na escola, essa adaptação à nova fase de vida será mais fácil. Será mais fácil encarar a sala de aula sabendo que seus papais estão seguros lá fora...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O que o medo tira de você?


Quando o amor era medo, a vida era andar por entre espinhos” (Frejat)

Quando recebi essa tirinha fiquei pensando nas quantas coisas que deixamos de aproveitar da nossa vida por causa do medo. Medo de dar errado, de perder, de arriscar. Já deixei de viver por causa de uma fantasia de que eu iria me dar mal. E normalmente nossos medos estão mais baseados em fantasias, em suposições, do que na realidade.
Quantas vezes você já não deixou de falar que gosta de alguém porque tens a ilusão de que não vai ser correspondido? E depois você descobre que daria certo, bastasse uma atitude sua? Dizem que 90% das nossas preocupações e medos não se concretizam. Creio que seja real, pois as pessoas baseiam seus medos em hipóteses e não em dados concretos. Também não assumem o risco de tentar.
E você? Quantas coisas você permitiu que o medo tirasse de você? O quanto você deixou de viver por causa do medo? Sua vida está sendo andar por entre espinhos? Ou vale a pena tentar? Assumir riscos e viver?

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ano novo.. Vida nova...


Pois é... já iniciamos o segundo mês do ano. Passou-se as festas, as comemorações e agora o ano começa pra valer. Tá certo que há aqueles que acreditam que o ano só começa depois do carnaval. Ou seja, perde-se dois meses com embromações, com morosidade pela crença de que a vida só vai deslanchar depois do dia 22 de fevereiro. O ano de 2012 é que vai acontecer? Ou é sua vida que vai acontecer em 2012?
É interessante o acúmulo de promessas que as pessoas fazem no início do ano e são esquecidas. Deve ser o “Efeito Carnaval”. As pessoas esperam passar o carnaval pra iniciar as atividades, mas até lá, acabam esquecendo das promessas e o resto do ano continua igual.
Fazer planos é fácil. Difícil é fazer acontecer. Requer não só ter um objetivo, mas um planejamento e sobretudo ação. É preciso não só pensar, mas registrar num papel, pensar em como e quando vai se alcançar o que se deseja. E depois, agir.
As pessoas, em cada novo ano, se enchem de desejos de saúde, sucesso, dinheiro, amor. Mas só desejar não adianta. Não haverá dinheiro sobrando se você não trabalhar, não economizar. Não haverá amor, se sua atitude for egoísta, se você não investir nos relacionamentos. Sua saúde não será das melhores se você não cuidar da sua alimentação, fazer exercícios ou ir frequentemente ao médico.
Há de se abandonar a ideia de que um ano novo por si só muda as coisas. O que muda a vida são nossas ações. No final do ano passado me surpreendi ao achar no meio de vários papéis, uma lista das coisas que eu desejei realizar em 2011. Eu nem lembrava que havia feito isso. Foi uma grata surpresa ao ver que mais de 70% dos meus planos, eu havia realizado ou estava realizando. Este ano, a listinha será renovada, e outras metas serão mantidas.
E você? Já fez sua listinha? Podem ser objetivos simples, mas faça. Pense em metas em todas as áreas da sua vida:
  • Investimento pessoal: estudos, viagens, aparência, etc;
  • Saúde: alimentação, exercícios, ou aquela consulta que você anda adiando, etc.;
  • Vida Profissional: metas para sua profissão ou trabalho;
  • Vida familiar: quais são as atitudes que melhorariam o dia a dia na sua família;
  • Vida financeira: poupança, quitação de dívidas, planejamento financeiro, etc;
  • Vida social: investimento nas amizades ou trabalho voluntário;
  • Vida espiritual, e por aí vai.
Faça planos. Trace metas. Planeje quando e como você vai fazer. E faça! Pois quem tem o poder de fazer o ano de 2012 um ano diferente, é você! Ano novo, vida nova! Isso é você quem faz!