segunda-feira, 30 de março de 2015

Lição 3: Temos apego ao que nos causa dor!

Continuando com a nossa reflexão sobre a atitude do nosso cãozinho Bethoven, encontramos um outro ponto a analisar: 

Betovem não abandonou o osso depois de sentir uma dor dilacerante. Ele não podia usufruir do osso, mas também não o abandonou.  
Bethoven Posando de novo para o Blog:
Quer saber a história toda? 
Acesse a publicação de 10/02/2015!


Quantas vezes nós nos apegamos a pessoas, coisas e situações que nos ferem, nos impedem de ser feliz? Quantas vezes também queremos viver coisas que foram boas no passado, mas hoje já não fazem mais sentido?  Ou ficamos apegados na promessa de que as coisas vão melhorar, sendo que pra ser feliz nós precisamos deixar para trás o que nos fere para seguir em frente e ser feliz? Nós, com medo de ficar sem nada, no vazio, acabamos nos apegando a coisas que nao nos fazem bem… como um relacionamento, um trabalho, um hábito, a uma mágoa, um ressentimento…


Precisamos analisar a quais coisas estamos apegados. Se o que temos apego nos faz mal, é importante refletir sobre o motivo de continuar ligado a algo que não traz nada de bom.


É uma reflexão muito importante, porque ao cultivarmos a dor, ela vai aumentando, e nossa negatividade e infelicidade também. Acabamos nos tornando "reclamões", nos fazendo de vítimas, de coitadinhos. Ou nos tornamos pessoas frias, duras, raivosas, que brigam sem motivo ou não conseguem vivenciar o amor.


Existe uma teoria da física que dizem que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo. Na nossa vida emocional, isso também é verdadeiro. Se nos apegamos a coisas que nos fazem mal, a negatividades, não há espaço para as positividades fazerem parte de nossa vida. 

Se cultivamos a dor, a felicidade não vai ter lugar.

Por isso a auto-análise e o auto-conhecimento podem nos ajudar a sermos mais felizes e termos melhores relacionamentos. Existem muitos caminhos para o auto-conhecimento: meditação, oração, alguns cursos específicos e a psicoterapia. 

Muitos pensam que ir no psicólogo pra fazer terapia é coisa de quem está maluco ou doente. Muito pelo contrário. Por meio da conversa com o psicólogo temos a oportunidade de conhecer mais a respeito de nós mesmos e de coisas que nos passam desapercebidas. Quando nos conhecemos melhor, nos relacionamos melhor. E em muitas situações, na terapia, trabalha-se também a cura de dores emocionais, de mágoas, com o melhor entendimento a respeito de si e dos outros. 

A idéia é que, seja qual o caminho que você deseja seguir, busque o auto-conhecimento, busque tratar suas dores. Porque todos nós temos dores emocionais (desde a mais inocente criança, até o homem mais poderoso do mundo). Está na nossa mão decidir crescer, superar nossas limitações e buscar uma vida mais plena e alegre. Ou podemos escolher ser como o Bethovem, apegado a um osso que não pode mais roer. A escolha é nossa!

Melhor é escolher ser feliz!


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Bethoven - Lição 2 : A Projeção!


Continuando com a nossa reflexão sobre a atitude do nosso cãozinho Bethoven, encontramos um outro ponto a analisar: 


Temos a tendência de projetar nos outros aquilo que temos em nós mesmos e não aceitamos em nós. 

Bethovem fez isso: começou a rosnar e brigar com o osso como se fosse culpa dele, a dor que ele sentia. Na sua lógica, o problema não estava com ele, mas sim “o osso que era duro demais”!!

Quando olhamos para a atitude do Bethoven, isso parece ilógico. Mas na realidade fazemos isso o tempo todo:

Quantas vezes não surgiu aquela grande oportunidade de emprego, a pessoa “perfeita”, a viagem tão sonhada e deixamos tudo isso passar? Quem já não abandonou um sonho, uma oportunidade, porque não conhecia sua limitação e e ficou com medo abraçar? E arranjamos justificativas como: “Foi fulano que atrapalhou”; “Não era pra ser mesmo”; “Não consegui por que tem gente com olho gordo”, “Meu chefe que é ignorante”… etc..

E quantas vezes implicamos com algumas pessoas que não fizeram nada para nós? O tal do “meu santo não bate com o dele”, na verdade nada mais é do que a projeção de nossas dificuldades nos outros. E assim, revela muito mais de nós do que da outra pessoa. 

Isso sempre acontece de modo inconsciente. Projetamos nos outros nossas limitações, assim como uma imagem é projetada uma tela de cinema. Isso é automático, pois, é muito dolorido ver nossas próprias dificuldades. Por isso, projetamos nas outras pessoas nossas chatices, intolerância, defeitos, limitações etc. Porque quando o defeito está no outro, o problema é dele, e não nosso! Simples! Mágico! Mas ineficaz!

Se analisarmos com cuidado,  tudo o que odiamos nos outros existe em nós mesmos (mas não aceitamos ou até mesmo ignoramos… mas está lá). 




Por outro lado, em qualidades positivas, o mesmo acontece: normalmente aquilo de vemos de positivo nas outras pessoas, até como uma espécie de inveja ("invejinha branca", como dizem), também há em nós, mas é algo que por vezes ignoramos, ou temos medo de acessar. 

Um passo para o auto-conhecimento é analisar nossas projeções nos outros, tanto positivas ou negativas. Quando conhecemos as dificuldades e potencialidades que há em nós, há muita coisa que podemos fazer para melhorar.  Quando está no outro, não há nada o que fazer. Mas quando reconhecemos em nós, podemos melhorar e crescer.

Não havia problema algum com o osso. O problema estava no Bethovem! 

E você ? Sabe onde precisa melhorar? Observe suas projeções!

Bethoven Posando de novo para o Blog:
Quer saber a história toda?
Acesse a publicação de 10/02/2015!




terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

As Lições do Bethoven

Outro dia, minha amiga Neiva Moura,  me contou um fato interessante que aconteceu com seu cachorro, que gostaria de compartilhar com vocês: 

Nosso Amigo Bethoven posando para o Blog :) 
O Bethoven é um cachorro já de idade avançada e por isso, já perdeu alguns dentes e outros, estão bem gastos e sensíveis. Certo domingo, fizeram um churrasco na casa, alguém resolveu dar um belo e suculento osso para o Bethovem. E eis que minha amiga se surpreende com a cena: o Betovem estava alí, de pé e rosnava raivosamente para o osso. 

Provavelmente, Bethovem, ao provar o osso, acabou sentindo muita dor nos dentes já desgastados.

Com receio de seu cão ter mais lesões ainda na boca, minha amiga resolveu tirar o osso do Bethovem. Ele que não é bobo,  ao perceber a intenção de sua dona, imediatamente abocanhou-o com toda força e rapidez. E eis que neste momento, Bethovem solta um grito de muita dor e larga-o imediatamente. Desolado e com dor, ele deita sobre o delicioso osso e não deixa ninguém toma-lo de si.

Essa história me fez pensar em algumas situações em que nós fazemos a mesma coisa que o Bethovem

Lição 1:

1- Quando estamos feridos e sensíveis, até a melhor coisa, ou aquilo  que tanto desejamos, pode nos machucar. E muitas vezes achamos que a causa da nossa dor, desconforto, infelicidade, raiva está nas outras pessoas ou nos fatos que acontecem na nossa vida. E fazemos como o Bethovem, rosnamos, brigamos, culpamos os outros. Brigamos com Deus, com a vida, com o destino, com a família (culpamos muitas vezes nossos pais ou nossos cônjuges). Sentimos dor e raiva diante de nossa impossibilidade de usufruir o que desejamos.

 O que podemos tirar de lição: quando algo os machuca profundamente, precisamos avaliar primeiro a nós: nossas fraquezas, nossas dificuldades e nossas dores. Bethovem só poderá se deliciar com os ossos se seus dentes forem tratados. Muitas vezes nós também somos assim … para vivermos as coisas boas que a vida oferece, para aproveitar as oportunidades, para sentir prazer e encontrar a felicidade, precisamos tratar nosso coração. Observar até que ponto são nossas próprias dificuldades, mágoas, receios, medos, que nos impedem de ser feliz. 

Nesta primeira lição, Bethovem nos mostra que é importante olhar para nossas dificuldades, tratar as nossas dores emocionais. Conhecer a si e e buscar a cura interior é o caminho para aproveitar melhor as coisas boas da vida.


(Continua na próxima semana)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A Intimidade Além das 4 Paredes - Parte II

Fotos e vídeos de adolescentes e jovens nuas ou seminuas tem se espalhado via Whats App em Goioerê, denunciando a relação de consumo sexual vivenciada na atualidade.


O fenômeno das fotos íntimas e da pornografia caseira disseminadas via whats app, tem escandalizado e gerado muita discussão entre as rodas de amigos em Goioerê. Como comentado na primeira parte da matéria, na edição anterior, embora esta exposição da intimidade seja exacerbada, não deve-se encara-la simplesmente como um ato “promíscuo" de algumas pessoas. Pelo contrário, este fenômeno é um sintoma de como nossa sociedade tem vivenciado o relacionamento entre as pessoas.

Observa-se que hoje, as pessoas vivem relacionamentos superficiais, onde uma pessoa é objeto de prazer da outra, e nada mais. Atributos sexuais são valorizados ao extremo. Hoje, a paquera, o jogo de sedução é reduzido a troca de mensagens e fotos picantes, encaminhando-se rapidamente ao ato sexual. Não há mais tempo para conhecer quem é o parceiro, seus valores, gostos, sonhos, etc. O que tem importado é o atributo sexual. Mulheres fazem dos homens seus objetos e se colocam como objetos aos desejos masculinos. Os homens, por sua vez, tomam as mulheres como objetos se se fazem objetos delas. 

Há hoje uma banalidade das relações e da sexualidade e as pessoas pouco se implicam nas relações e nos relacionamentos. Há uma superficialidade assustadora onde, a mulher, na sociedade machista sai perdendo. O homem que vive a banalidade sexual, tendo relações com várias mulheres (e adolescentes) é exaltado como o “pegador" . A mulher, ao contrário, de objeto desejado passa para objeto descartado; e por conseguinte, vivencia, situações vexatórias, sendo vista como “vagabunda”.  Sua intimidade é condenada quando divulgada nas redes sociais e no whats app.

O que me assusta como profissional na verdade, é em menor parte o fato em si da disseminação da pornografia involuntária ou da pornografia caseira. O pior é a banalidade com que tratamos os relacionamentos, a vida sexual e o próprio corpo. Meninas precisam mostrar o quanto são sexualmente atrativas para serem valorizadas. Faz-se do corpo um objeto, um produto a ser consumido. Ninguém percebe isso e confunde-se o corpo belo com auto-estima ou com realização pessoal. E neste momento desaparece o ser humano em sua essência, e a personalidade dá lugar ao “ser objeto” vazio, que nem atende aos desejos pessoais e tampouco às demandas sociais.

Na verdade, as pessoas usam seu corpo  como propaganda e uma busca superficial de valorização, por meio do consumo sexual. O pensamento é mais ou menos o seguinte: “se sou desejada, tenho valor”. Na busca de afirmação pessoal, o corpo assume o lugar de objeto a ser desejado e  deixa de ser um dos constituintes da identidade da pessoal. E neste momento desaparece o ser humano em sua essência e estabelece-se uma relação de consumo: cada um se coloca ao uso do outro, como se faz com uma escova de dentes, por exemplo. Ou seja, consome-se sexualmente pessoas assim como se consome uma coca-cola, pelo prazer imediato que se tem com este objeto.

Neste sentido as pessoas são consumidas, a intimidade desaparece, o afeto é substituído por prazer. As pessoas começam a esvaziarem-se de si mesmas, e ao mesmo tempo desprezam quem é o outro. Do mesmo modo, a crueldade com que as fotos são disseminadas, mostra o desrespeito com que se tem com o semelhante, e novamente, estas mulheres “produto" são usadas para prazer, admiração, julgamento e escândalo.

Fotos  espalhadas na rede, não podem ser analisadas como uma simples violação do direito do outro ou uma exposição abusiva do corpo. Na verdade são um sintomas de uma sociedade superficial e perdida, onde aprendeu-se a trocar amor por presentes, respeito por recompensas, onde as pessoas são colocadas como objetos a serem usados e não como seres humanos a serem amados. 

É primordial resgatar-se na família os valores humanos como respeito, honestidade e igualdade. É necessário desenvolver a empatia (saber se colocar no lugar do outro) e a valorização das pessoas pelo que elas são, e não pelo que elas tem ou pela aparência. 

Pais e mães: ensinem suas filhas a valorizarem a si mesmas mais do que um corpo a ser admirado. Ensinem-as a se amarem e serem amorosas, generosas, inteligentes, espertas e confiantes. Ensinem-as a serem ambiciosas, mas não para ter somente bens materiais ou status, mas sobretudo para serem mulheres dignas, donas de si, responsáveis e que saibam que seu valor é bem maior do que um corpo a ser exibido. Ensinem-as a serem amadas!




Pais e mães: ensinem os meninos a serem homens dignos, capazes de respeitar uma mulher e ama-la verdadeiramente. Ensinem a valorizar uma mulher pelo que elas são de verdade, abandonando a filosofia hipócrita entre a "mulher santa x vagabunda", pois a mesma mulher que é desejada nas fotos e vídeos do whats app é aquela inferiorizada e desqualificada como vagabunda. Ensinem seus filhos a respeitarem as pessoas como pessoas, não como objetos de interesse. E sobretudo, ensinem através do próprio exemplo de vida!

Precisamos como sociedade, reaprender a respeitar e valorizar nossos semelhantes, precisamos sair das relações pessoais de consumo para relacionamentos pessoas estão inteiramente presentes em seus corpos, emoções e desejos; onde o amor seja vivido em todas as suas esfera, inclusive no respeito!

Iris Schurt 
Psicóloga CRP 08/09802

* Gestalterapeuta - Especialista em Psicologia Clínica, com 11 anos de experiência e atuando há 3 anos em Goioerê.

terça-feira, 15 de abril de 2014

A Intimidade Além das Quatro Paredes - Parte I




Fotos e vídeos de adolescentes e jovens nuas ou seminuas tem se espalhado via Whats App em Goioerê.

O whats app é um aplicativo para celular que permite o envio de mensagens, fotos e vídeos por meio da internet, onde uma mensagem pode ser enviada de um celular para outro, ou em grupos, o que permite a rápida disseminação de uma imagem, vídeo ou mensagem. O benefício da rápida comunicação via whats app também carrega o perigo da propagação de fotos íntimas entre os aparelhos de celulares, tornado-se o principal disseminador de material constrangedor e pornografia involuntária na internet.

Observa-se que várias moças/mulheres, com idades entre 15 e 25 anos, tem fotos suas nuas ou vídeos sensuais espalhados entre os aparelhos de celular da população.
A maneira com que uma foto íntima pode “cair na rede” pode ser diversa e não é um fato isolado em Goioerê. Observa-se que há duas formas principais de uma foto íntima cair na rede: a moça para agradar um namorado ou seduzir um parceiro se fotografa nua e envia para a pessoa. A partir daí é praticamente impossível controlar ou prever o destino destas fotos. O romance pode terminar (ou nem começar) e quem recebeu a foto não respeitar a intimidade que foi lhe foi confiada e aproveita para “compartilha-la” com os amigos, como um troféu onde normalmente ela é admirada pelos seus apelos sexuais e ao mesmo tempo desqualificada como “vagabunda”.
Outro modo, é quando o possuidor desta foto, compartilha a foto com o intuito de punir, agredir ou se vingar da moça.
Há ainda situações onde a própria moça publica suas fotos como meio de promoção pessoal/sexual, como uma busca de admiração ou cobiça dos homens.

Seja estas imagens e vídeos produzidos e divulgados de maneira voluntária ou não, trata-se de observar o comportamento cruel, perverso e banal da nossa sociedade.
Em primeiro lugar há um moralismo hipócrita quanto ao comportamento sexual da mulher, a qual, ao mesmo tempo é exigida de ser sexualmente “liberada" e ativa, e condenada por viver plenamente sua sexualidade. A mulher potencialmente valorizada pelos homens é a mulher gostosa, voluptuosa, sexy em seus microvestidos na balada. De modo contraditório esta mesma mulher é tida como vagabunda, “biscate”, inferiorizada como um objeto de segunda categoria. Há um apelo constante da moda, da mídia e da sociedade para que a mulher seja “gostosa”, e ao mesmo tempo, o vivenciar disto, passa pela condenação social: deve-se parecer, mas não ser. O que isso tudo quer dizer?
Entre outras coisas, percebe-se que não há uma consciência quanto à disseminação destas fotos, com a falsa segurança de que uma foto ficaria restrita a um aparelho de celular, como se isso não fosse diferente de publicar uma foto íntima num outdoor ou na primeira página deste jornal, por exemplo.
Em segundo lugar, observa-se que as relações entre as pessoas tem se tornado cada vez mais superficiais e comerciais, onde o corpo é um objeto de troca e uso, e neste sentido as pessoas tem perdido a noção de que a intimidade é algo que precisa ser preservado e caem na armadilha da publicação de suas fotos e no posterior julgamento da sociedade.
(Esta materia continua na próxima edição)

Cuidados para não “cair na rede”:

  • Se você não tem coragem que a foto/vídeo fosse publicada na primeira página do jornal ou que seja vista por sua mãe, não poste, não envie no whats app e muito menos fotografe/grave.
  • Quando o assunto é foto íntima, não confie. Se o namorado, ficante ou pretendente pedir, ignore. Não se pode contar com a sorte. O cara até pode ser um “santo”, mas nada impede de futuramente ele mudar de idéia e resolver não respeitar mais você. Imagine se o aparelho celular for roubado ou algum amigo resolve fuçar onde não deve?
  • Assim como é impossível recuperar todas as penas quando se abre um travesseiro do alto de um prédio, é impossível controlar o destino de fotos e vídeos na internet. O celular dá uma falsa sensação de segurança de que a foto ficará somente com o destinatário. Mas a segurança é falsa, e a disseminação é real e o julgamento da sociedade é cruel
  • Viva a sua intimidade na intimidade. Assim como guardamos uma jóia cara com o maior cuidado e segurança, nossa intimidade também precisa ser preservada e vivida somente com as pessoas que possam valorizar, respeitar e honrar.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Armadilhas da Depressão


 Já conversamos aqui sobre os altos e baixos que fazem parte da vida. Passar por uma dificuldade, ou um momento em que nos sentimos incapazes, sem forças, é algo comum. O problema é quando diante dessa sensação de incapacidade, ou de tristeza (especialmente nos casos de depressão) a pessoa fica estagnada, paralisada.

Alguns imaginam que a vida é assim mesmo, que o sofrimento “vem do nada”. Ou até tem ideia da origem destes sentimentos, mas não fazem nada. Ficam na espera e na expectativa louca de que isso se resolva sozinho, ou passe com o tempo. Há aqueles que se alimentam do sentimento pena das pessoas. Uma grande armadilha da depressão: ficar na expectativa de que as pessoas ou a situação ao seu redor mude. Aliás, colocam os outros como responsáveis por seus sentimentos e sua condição. Grande engano. Pois enquanto a pessoa espera que as coisas mudem, ou que o seu sofrimento vá sensibilizar o outro, o sentimento de tristeza, de incapacidade vai aumentando. E a raiva também!

Outra loucura da depressão, é que, se achando o “coitadinho” e esperando que as pessoas tenham dó. A pessoa com depressão agride constantemente os outros, seja com reações agressivas, ou seja de forma velada. As pessoas em volta ficam o tempo todo se policiando nos atos, nas palavras, para evitar uma crise de choro, uma briga, ou qualquer outra reação. O deprimido acha que sofre sozinho, e não consegue perceber que as pessoas mais próximas sofrem também.

A grande dificuldade está na questão de que o deprimido não faz nada para se ajudar. Sempre coloca impedimentos. Claro, há um lucro maluco nisso: estando mal, ela tem atenção das pessoas. Infelizmente uma conta complicada essa, pois o preço é alto demais.

Se você se viu algo de você nestas palavras, não fique parado, faça algo. Não espere o mundo mudar. O mundo que precisa mudar está dentro de você. A pena dos outros não resolve. Se a pessoa não cuidar, a depressão vai tomando conta da vida até ela não conseguir fazer mais nada. É como uma erva daninha, que vai crescendo devagarinho, devagarinho, e se nada for feito, ela mata todo o jardim.

Não deixe a depressão tomar conta de você. Você é maior que isso. Mas precisa ter coragem para encarar a si mesmo no espelho, suas dificuldades, suas dores. Busque ajuda e arranque o mal pela raiz.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A Primeira Impressão.... Não é pra ficar!!!


 “A primeira impressão é a que fica.” Com certeza você já deve ter ouvido, dito e concordado com esta frase não é mesmo? Vamos concordar, a primeira impressão que temos de alguém tem um grande peso sobre nossa opinião sobre quem ela é, não é mesmo?

Felizmente nem sempre isso é verdade. Isso porque, podemos estar enganados e principalmente que cada um de nós é muito maior e mais amplo do que um primeiro conceito pode abarcar.

Quando eu era adolescente, lá pelos 13 anos, eu adorava jogar vôlei na rua com a minha vizinha de frente e as meninas da mesma rua. Eu não jogava nada bem, mas era divertido. Houve um dia que apareceu uma menina chamada Queila, amiga dessa minha vizinha pro jogo. Não sei porque, mas achei a tal Queila super chata, metida, voz irritante. Credo! Tanto que desgostei da menina, que quando eu via que a bicicleta da chata estava estacionada na casa da vizinha, eu dava meia volta e ficava em casa. Coisa infantil, claro. E foi assim até que mudei de colégio. Primeiro dia de aula: os amigos se encontrando, os colegas se confraternizando e eu ali, sozinha, no meio de um monte de adolescentes que nunca tinha visto na vida! A situação que pra mim, tímida, começava a ficar insuportável. 
E eis que vejo … sim... .... Ai meu Deus!!!
A Queila!!! 
Ela ia estudar na mesma turma... 
No auge do meu desconforto, resolvi conversar com ela com um “oi” tímido. Ela foi super simpática, me apresentou algumas pessoas e como toda boa anfitriã, me mostrou o colégio todo. Resumindo a história, nos tornamos grandes amigas, confidentes, fui madrinha do seu casamento e a amizade permanece já há 18 anos.

Como pode aquela insuportável se tornar tão grande amiga? 
Minha teoria é que talvez eu fosse tão insuportável quanto ela. Costumamos projetar nos outros, as características que odiamos em nós. É mais fácil ver os defeitos dos outros do que os nossos.

Enfim... naquela situação do colégio, acabei decidindo abrir mão da minha primeira impressão e conhecer um pouco mais. Tive a segunda, terceira, a décima impressão. E ainda tenho várias novas. Sempre a gente conhece um pouco mais dos outros quando nos permitimos abrir mão dos nossos “PRÉ Conceitos”, quando decidimos conhecer um pouco mais, ir além do primeiro julgamento. Sempre vale a pena ir um pouco mais fundo. A gente pode se decepcionar, mas também nos surpreender. Podemos enxergar coisas novas, experimentar o que vai além da aparência inicial.

Ir além do conhecimento superficial vale a pena. Não só com as pessoas, mas com novas comidas, novos sabores, novas experiências, novas ideias, novas músicas, filmes diferentes, filosofias diferentes. Conhecer, não ocupa espaço. Ao contrário, amplia horizontes. Você pode ir um pouco além e não gostar. Mas você vai ter propriedade, razão na sua escolha. Melhor do que dizer: “Não comi e não gostei”.