domingo, 3 de abril de 2011

Julgamento ??


Nas últimas semanas aprendi algo novo: por mais que eu pudesse ser solidária à dor dos outros, existem situações que só passando por elas para entender.
Isso me faz pensar a respeito dos hábitos que muitos tem de julgar as pessoas. Hábito, que na verdade, todos nós temos em algum momento.
Quem nunca fez uma crítica a uma pessoa com dificuldade, dizendo “se eu fosse fulano, não deixava isso acontecer, faria diferente...” ?
Temos sempre a ilusão que sabemos mais, entendemos mais e que podemos ser intocáveis ante a situações que a vida apresenta às pessoas que convivemos. Um exemplo bem comum é daquelas pessoas que dizem que depressão é coisa de quem não tem o que fazer, ou falta de vergonha na cara e que é só “ocupar a cabeça” que a depressão passa. Cansei de ouvir histórias de pessoas que diziam isso e que perceberam o quanto estavam enganadas quando, ironicamente, desenvolveram um quadro depressivo.
Mas isso não é só em relação à depressão, mas em relação à administraçào da vida, da educação dos filhos, da forma de se relacionar. Sempre há alguém dando “pitaco” e se dizendo entendido do assunto e condenando o jeito das pessoas serem ou agirem. Isso é muito triste. Principalmente porque o julgamento sempre é a partir da própria história, da própria realidade, e não a partir do mundo daquele que passa pela dificuldade.
É fácil dizer que o outro é bobo, burro, ou que merece sofrer. Difícil é viver a vida das outras pessoas. Difícil é ser solidário e respeitar a dificuldade, a dor ou as próprias decisões das outras pessoas. Difícil é apoiar, dar nosso ombro amigo, procurar entender sem julgar a partir de nossas próprias medidas.
Sempre busquei ser sensível e solidária em relação ao que as pessoas passam. Nas últimas semanas, aprendi que nem sempre a gente sabe a dimensão da dor dos outros quando não passamos por algo semelhante. Quando vivemos a situação, percebemos que pode ser muito diferente ou difícil.
Sejamos justos. Fácil é julgar. Fácil é falar dos outros. Difícil é ser você mesmo e olhar para as próprias experiências e aprender com elas. Deixe as outras pessoas experimentarem seus próprios caminhos. Apóie. Ninguém ajuda ninguém julgando. A ajuda vem com o respeito e compreensão.

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