Quem nunca ficou carente? Aquele sentimento de estar sozinho, um
vazio, um mal estar que parece que só pode ser sanado com a presença
e o amor de uma pessoa específica. Segundo o dicionário Michaellis,
carência significa “necessidade”; “Falta do
preciso”. Engraçada essa definição da “falta do preciso”,
como sendo a falta de algo específico. O estranho é que muitas
vezes quando nos sentimos carente, nem sempre é devido à falta de
algo específico. As vezes é um estranhamento, um desejo difuso,
meio perdido. Por outras, a falta é de algo (ou alguém) tão
específico que parece que é impossível ser suprido.
Sentir isso de vez em quando é normal. É chato. Mas de uma maneira
ou outra, passa. Especialmente quando conseguimos focar nossos
pensamentos e ações naquilo que temos ao nosso alcance ou naquilo
que nos faz bem e não no que nos falta.
Normalmente as pessoas se preocupam mais com o que faz falta. E
quanto mais pensam nisso, mais carentes ficam. Parece fácil falar
para a pessoa pensar nas coisas boas que ela tem para diminuir a
carência. Simples de dizer, difícil de fazer. Por outro lado, se
nada for feito, a carência continua e as vezes fica crônica. O que
fazer?
Podemos olhar para situação e analisar: tem solução ou não?
Existe algo a se fazer? Ou é impossível suprir esta falta? Quando
se há algo a fazer, a melhor coisa é ponderar os sentimentos e
tomar atitudes para que possamos atender nossas necessidades. Muito
acham que são as outras pessoas que devem suprir nossas faltas. Esse
é o caminho mais curto para a frustração. Há pessoas que reclamam
do casamento, do companheiro (a). Mas pouco fazem para nutrir o
próprio relacionamento, ficam apenas esperando a atitude do cônjuge.
Vão continuar carentes, com certeza. Não adianta esperar. É
necessário fazer algo por si mesmo.
Mas quando a carência não pode ser suprida de alguma forma (esperar
o carinho de alguém que já foi, ou que ainda não existe), resta a
aceitação. Sim, aceitar que não se tem aquilo que precisa e focar
naquilo que se tem e lhe dá satisfação.
Não é possível ter tudo, mas é possível se satisfazer com aquilo
que temos. Ficar carente, faz parte da vida. Viver carente, isso é
outra coisa. Viver carente se torna uma dolorosa escolha, e que
as vezes vira vício. Vício de se sentir deixado de lado, vício de
ter o papel de “coitadinho”. Disso para uma depressão, pode ser
um pulo. Neste caso, procurar ajuda profissional é imprescindível.
Carência, pode ser um estado emocional que passa. Viver carente é
uma péssima opção de vida.
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