terça-feira, 17 de abril de 2012

Desconecte-se




Outro dia vi uma matéria na internet que dizia que os usuários dos smartphones (aqueles celulares com conexão com internet e redes sociais) estão mais estressados do que a maioria das pessoas. Tal estresse deve-se à ansiedade das pessoas em ver a última atualização das redes sociais (twitter, facebook), checagem de e-mails e mensagens. É engraçado como isso pode ser viciante.
Outro dia vi uma cena bizarra, que tão comum, não chama mais a atenção de ninguém: num restaurante um casal de namorados termina a refeição e aguarda o cafezinho. A estranheza está no fato de ambos estarem tão entretidos com seus smartphones que acabaram ignorando completamente a presença do outro ao seu lado.
Tão comum que isso se tornou, que as pessoas nem percebem mais a “indelicadeza” que cometem ao ocupar mais a atenção com um aparelhinho eletrônico do que com a pessoa que está ao lado. Fico observando a dimensão que as relações virtuais e digitais estão tomando na vida das pessoas. Quem nunca se questionou a respeito da pessoa que comenta e curte suas publicações nas redes sociais, mas nunca pegou o tal aparelhinho de celular e ligou pra você? Aliás, questionamos as pessoas disso, mas nós mesmos acabamos fazendo o mesmo.
O que está acontecendo com as pessoas onde os relacionamentos “digitais” tomam espaço dos “presenciais”? Claro que a emoção e a proximidade das relações digitais são tão reais quando estar perto de alguém. Mas nada substitui o olhar, o abraço, o cheiro, o toque, a pele.
Creio que as redes sociais e os relacionamentos estabelecidos vem a acrescentar algo bom na vida das pessoas, se bem utilizados. É bom ter contato com pessoas que estão fisicamente distantes, encontrar pessoas que há anos não se vê e saber como elas estão. É bom saber o que elas pensam, e de alguma maneira concordar ou discordar delas.
Tudo isso é muito bom. A questão é quando estas relações virtuais ocupam mais espaço na nossa vida do que as pessoas que estão realmente perto de nós. Há um vídeo tocante no youtube sobre isso “Desconecte-se para se conectar”, mostrando claramente como as pessoas “desaparecem” quando nos conectamos aos “aparelhinhos”. Ao invés de aproximar as pessoas, parece que está afastando cada vez mais uns dos outros.
O único recadinho da semana é... dê prioridade a quem está ao seu lado. Quem está do outro lado da tela, espera, olha depois... o recado fica salvo, não se preocupe. Mas o tempo que você deixa de aproveitar com a pessoa que está presente com você não volta. E só é “salvo” quando bem aproveitado... do contrário, os segundos, a existência, vai pra lixeira. No filme “Nosso Lar” há uma frase que instiga a reflexão sobre isso: “Quantos anos são necessários para reconstruir um instante?” Espero não precisar desejar querer reconstruir qualquer instante... quero todos os meus bem vividos...
http://www.youtube.com/watch?v=SGhYBOk_Pxc

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