
Outro dia vi uma cena bizarra, que tão comum, não chama mais a
atenção de ninguém: num restaurante um casal de namorados termina
a refeição e aguarda o cafezinho. A estranheza está no fato de
ambos estarem tão entretidos com seus smartphones que
acabaram ignorando completamente a presença do outro ao seu lado.
Tão comum que isso se tornou, que as pessoas nem percebem mais a
“indelicadeza” que cometem ao ocupar mais a atenção com um
aparelhinho eletrônico do que com a pessoa que está ao lado. Fico
observando a dimensão que as relações virtuais e digitais estão
tomando na vida das pessoas. Quem nunca se questionou a respeito da
pessoa que comenta e curte suas publicações nas redes sociais, mas
nunca pegou o tal aparelhinho de celular e ligou pra você? Aliás,
questionamos as pessoas disso, mas nós mesmos acabamos fazendo o
mesmo.
O que está acontecendo com as pessoas onde os relacionamentos
“digitais” tomam espaço dos “presenciais”? Claro que a
emoção e a proximidade das relações digitais são tão reais
quando estar perto de alguém. Mas nada substitui o olhar, o abraço,
o cheiro, o toque, a pele.
Creio que as redes sociais e os relacionamentos estabelecidos vem a
acrescentar algo bom na vida das pessoas, se bem utilizados. É bom
ter contato com pessoas que estão fisicamente distantes, encontrar
pessoas que há anos não se vê e saber como elas estão. É bom
saber o que elas pensam, e de alguma maneira concordar ou discordar
delas.
Tudo isso é muito bom. A questão é quando estas relações
virtuais ocupam mais espaço na nossa vida do que as pessoas que
estão realmente perto de nós. Há um vídeo tocante no youtube
sobre isso “Desconecte-se para se conectar”, mostrando
claramente como as pessoas “desaparecem” quando nos conectamos
aos “aparelhinhos”. Ao invés de aproximar as pessoas, parece que
está afastando cada vez mais uns dos outros.

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