Outro dia vi uma matéria na internet que dizia que os usuários dos
smartphones (aqueles celulares com conexão com internet e
redes sociais) estão mais estressados do que a maioria das pessoas.
Tal estresse deve-se à ansiedade das pessoas em ver a última
atualização das redes sociais (twitter, facebook), checagem de
e-mails e mensagens. É engraçado como isso pode ser viciante.
Outro dia vi uma cena bizarra, que tão comum, não chama mais a
atenção de ninguém: num restaurante um casal de namorados termina
a refeição e aguarda o cafezinho. A estranheza está no fato de
ambos estarem tão entretidos com seus smartphones que
acabaram ignorando completamente a presença do outro ao seu lado.
Tão comum que isso se tornou, que as pessoas nem percebem mais a
“indelicadeza” que cometem ao ocupar mais a atenção com um
aparelhinho eletrônico do que com a pessoa que está ao lado. Fico
observando a dimensão que as relações virtuais e digitais estão
tomando na vida das pessoas. Quem nunca se questionou a respeito da
pessoa que comenta e curte suas publicações nas redes sociais, mas
nunca pegou o tal aparelhinho de celular e ligou pra você? Aliás,
questionamos as pessoas disso, mas nós mesmos acabamos fazendo o
mesmo.
O que está acontecendo com as pessoas onde os relacionamentos
“digitais” tomam espaço dos “presenciais”? Claro que a
emoção e a proximidade das relações digitais são tão reais
quando estar perto de alguém. Mas nada substitui o olhar, o abraço,
o cheiro, o toque, a pele.
Creio que as redes sociais e os relacionamentos estabelecidos vem a
acrescentar algo bom na vida das pessoas, se bem utilizados. É bom
ter contato com pessoas que estão fisicamente distantes, encontrar
pessoas que há anos não se vê e saber como elas estão. É bom
saber o que elas pensam, e de alguma maneira concordar ou discordar
delas.
Tudo isso é muito bom. A questão é quando estas relações
virtuais ocupam mais espaço na nossa vida do que as pessoas que
estão realmente perto de nós. Há um vídeo tocante no youtube
sobre isso “Desconecte-se para se conectar”, mostrando
claramente como as pessoas “desaparecem” quando nos conectamos
aos “aparelhinhos”. Ao invés de aproximar as pessoas, parece que
está afastando cada vez mais uns dos outros.
O único recadinho da semana é... dê prioridade a quem está ao seu
lado. Quem está do outro lado da tela, espera, olha depois... o
recado fica salvo, não se preocupe. Mas o tempo que você deixa de
aproveitar com a pessoa que está presente com você não volta. E só
é “salvo” quando bem aproveitado... do contrário, os segundos,
a existência, vai pra lixeira. No filme “Nosso Lar” há uma
frase que instiga a reflexão sobre isso: “Quantos anos são
necessários para reconstruir um instante?” Espero não
precisar desejar querer reconstruir qualquer instante... quero todos
os meus bem vividos...
http://www.youtube.com/watch?v=SGhYBOk_Pxc
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